Sexo do Bebê: posso escolher?

Diariamente recebo inúmeras perguntas sobre a possibilidade de escolha do sexo do bebê. Bem, por isso resolvi abordar esse tema tão complexo no ponto de vista da medicina e ao mesmo tempo tão simples na visão daqueles que desejam engravidar de um bebê de determinado sexo feminino ou masculino.

Na Medicina, existem duas técnicas possíveis para se identificar o sexo do bebê através do auxílio da Reprodução Humana Assistida. A primeira não tem nenhuma garantia de que possa ser escolhido o sexo do bebê que os pais desejam. Ela funciona da seguinte maneira: após a coleta do sêmen, eles são encaminhados ao laboratório, os espermatozoides do pai são submetidos a um processo de centrifugação, que é a separação de elementos de densidades diferentes através de um rápido movimento de rotação. Desse modo, são separados os espermatozóides que carregam o cromossomo Y (mais leve) que gera meninos, dos que contém o X (mais pesado), que gera meninas. Com essa separação, pode-se enriquecer uma amostra seminal com maior quantidade de determinado tipo de espermatozoide (X ou Y) e utilizar estes espermatozoides para tratamento de fertilização in vitro. Vale ressaltar que essa técnica só funciona em homens que tem contagem espermática normal, e aumenta apenas um pouco a possibilidade de gravidez de um determinado sexo, sem garantia de sucesso da escolha do sexo.

A segunda técnica é a utilização do Diagnóstico Genético Pré-implantacional (PGD) onde é possível escolher o sexo do bebê de acordo com a seleção dos embriões. Porém, para se realizar essa técnica existem alguns princípios éticos que o Conselho Federal de Medicina (CFM) prioriza e que para se caracterizar como um procedimento necessário deve-se haver uma indicação para que a paciente se submeta a esse método de avaliação, ou seja, na família de um dos tentantes haver alteração genética para um determinado sexo.  Dessa forma, com o método do PGD são identificados os embriões que não carregarão doenças ligadas ao sexo existentes na família e que poderão ser transferidos para o útero.

Tenho visto também, muitas pessoas comentarem que existe a possibilidade de engravidar de menino e que para isso basta ter relações durante o período fértil, o mais próximo da ovulação ou fazer uma ducha vaginal com bicarbonato de sódio antes da relação sexual. E para engravidar de menina fazer uma ducha vaginal com vinagre, ter relações dois ou três dias antes da ovulação, dentre outras possibilidades.

Bem, não existe comprovação de que essas técnicas populares realmente funcionem. Mas, se na família não apresentar nenhum quadro de doença genética, não custa nada tentar.

 

 

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